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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O super-homem não morre!


Super-homem morre? Nunca pude imaginar isso! Nem num sonho maluco de Lex Luthor... Super-homem nunca morre!!! Vivi 50 anos imaginando isso... Mas esqueci de que como homem de aço ele poderia mudar-se para Kripton!
Relembro-me hoje, com saudades do meu velho e querido pai. Do seu jeito de ser, falar, andar... Ô Pai, que saudades!!!
Uma das lembranças que tenho, quando morávamos na Rua 22... Papai sentado numa cadeira, eu tinha os meus seis ou sete anos, sei lá! Corri, sentei-me em seu colo e começamos a brincar... Colocava a mão em seu bigode e ele... – Rrrronc! – como que me assustando. Dávamos boas risadas... A certa altura da brincadeira, perguntei-lhe se poderia tirar seus cabelos brancos (ainda eram poucos naquela época). Papai sorriu e disse que ficaria careca. Mas não queria vê-lo velho! Em certa ocasião, morávamos em Barretos na Rua 14, esquina da Avenida 23. E um dia, como em todos os dias na hora do almoço meu pai atrasava-se. Ouvi um comentário de que ele estava na rádio... Olhei pro radinho de pilha e nada. – Meu pai não cabe ai! – até que resolvi atravessar a rua entrei naquele prédio enorme e cheguei num lugar que mais parecia um aquário... Fiquei na ponta dos pés e vi através do vidro, meu pai falando na frente de uma coisa esquisita. Acho que meus olhos brilharam mesmo sem saber direito o que era. Depois ele me explicou tudo contou como funcionava aquela parafernália... Fiquei radiante!!! Daquele dia em diante, passei a procura-lo em seus trabalhos: fui ao Banco do Brasil onde era gerente (achei que ele era o dono daquilo tudo!), por vezes, encontrei-o nas quadras de tênis do Grêmio. E uma vez, ele quase teve uma sincope quando o encontrei no clube dos ingleses no Frigorifico Anglo, onde ele ia jogar Golfe!!! Em certa ocasião, recordo-me com saudades, de uma vez que fui com ele na Casa dos Médicos e ele mandou preparar um misto quente. Foi o melhor misto que já comi até hoje!

 Almoço no Bar do Costa (Barretos - 1967)

 
Papai escrevendo uma de suas crônicas

Papai era muito ocupado, mas sempre arrumávamos um jeitinho para estamos juntos! Além das atividades que tinha: bancário, radialista, cronista de jornal, poeta, pai e bom marido, achou um tempinho e formou-se Advogado. O tempo passou, cresci, desliguei-me um cadinho... Tornei-me radialista, fui bancário... Escrevi algumas coisas... Resolvi fazer-me, tal qual Papai, Advogado! Em nenhuma das minhas profissões fui tão brilhante como ele, mas ao menos tentei! Mas, em certa ocasião, quando me apresentou à uns amigos, vi em seus olhos e senti em suas palavras o orgulho que ele tinha desse mal filho: “Esse é o meu caçula. Ele também é meu colega!”. Senti-me o mais importantes dos homens! A certa altura da vida, tive o privilégio de poder ajudar aquele que sempre me amparou até mesmo quando me desliguei dele e da família. Privilégio, posto que passei a conhecer melhor o meu melhor amigo! Confidenciávamos ideias e ideais... Nas palavras dele, passei a ser sua bengala e seus olhos... Se até então o tinha como Pai e exemplo de homem, passei a tê-lo como super-herói! Tínhamos, por certo, nossas desavenças, rusgas... Não somos: principalmente eu, perfeitos! E, segundo seu dito: “Um Canôas não é teimoso. É persistente!” e nessa persistência lutamos lado-a-lado com o que ele chamava de “degenerescência” visual. Hoje vejo que essa “degenerescência” era apenas física, vez que o velho Canôas tinha uma visão muito além de todos nós! Não me esqueço do dia que após sairmos de uma das primeiras consultas no Hospital de Olhos de Sorocaba, ele disse-me: “Olha. Estou me sentindo bem melhor! Já consigo enxergar a placa desse carro ai na frente!” – e, apertando os olhos, leu-me a placa... Pai... Papai. Que saudades do senhor!!! Sabe, as vezes ouço a sua voz... Vejo sempre, e JAMAIS esquecerei o seu rosto, seus cabelos brancos! “Não quer aprender com a minha experiência? Vai aprender com os seus erros!!!” – não era assim, tudo de uma só vez, era uma voz pausada, que vinha de dentro (de dentro do coração), gaguejada. E quando ele ficava bravo, então?
São lembranças, Papai, que nem o tempo implacável, irá apagar de minha memória, pois em minha vida e em meus sonhos o senhor está cada vez mais presente, mais vivo e mais amigo! Sabe por quê? Porque o Super-Homem não morre, ele voa para Kripton!!!
E hoje, neste mês em que comemoramos o DIA DOS PAIS, venho lhe prestar esta singela homenagem. A homenagem de seu amigo, colega, a homenagem seu filho,

José Fernando Fullin Canôas

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Quem é você?


Quase todos os sítios de rede social perguntam à você quem é você?... Eis a minha 'marca registrada':

"Eu sou eu uai! O Fernando de sempre. Um cara romântico e muuuito ciumento (quem ama cuida!). Meio desligado no relacionamento, mas muito ativo no coração. Às vezes falo com emoção e, sem querer machuco, mas sem qualquer intenção.
Quem sou eu? Eu sou eu uai. O Fernando de sempre! Um cara sincero e extrovertido (às vezes um tanto rabugento!).


"Pela vida vou andando,
no amor, vou amando (quase sempre tombando).
No verbo, sempre gerundiando.
QUEM SOU EU?
Sou apenas o Fernando!!!"